Agroecologia e valorização do trabalho das mulheres em Caraúbas, Rio Grande do Norte

Organização: Diaconia

Texto: Thamires Lima e Cecília Figueiredo

Fotos: Thamires Lima

Estudo conduzido pela Diaconia com uso do método  Lume de análise de agroecossistemas mostra que as mulheres plantam, colhem, vendem e geram renda colocando em práticas os princípios da agroecologia. Além de expor o tamanho da invisibilidade do trabalho feminino através de dados quantitativos sobre horas trabalhadas e renda gerada, a pesquisa também mostrou a importância dos mercados territoriais para o aumento da renda das famílias.

Foto: Thamires Lima

“Nunca passou pela minha cabeça que eu era capaz de tudo isso”.

Com essa expressão de surpresa e alegria, a agricultora Vanusa Vieira fala sobre o resultado de estudo realizado em sua propriedade com apoio do método Lume. A pesquisa foi conduzida pela Diaconia, organização atuante no Rio Grande do Norte que participa da Rede Ater Nordeste de Agroecologia. O estudo realizado com a família de Vanusa mostrou a quantidade de horas trabalhadas e a renda gerada pelas mulheres e pelos homens. O trabalho das mulheres, que é tão invisibilizado pela cultura patriarcal, aparece no estudo como grande gerador de renda. Por outro lado, o estudo também dá visibilidade à sobrecarga de trabalho das mulheres que acabam acumulando o trabalho doméstico e de cuidados com o trabalho no roçado e na feira. Segundo Risoneide Lima, coordenadora de projetos da Diaconia do oeste potiguar, estes dados mostram o quanto é necessário valorizar o trabalho das mulheres, tanto no que se refere ao tempo dedicado ao sítio quanto ao trabalho doméstico.

“A mulher não trabalha apenas em casa e nos quintais e nem está limitada ao papel de ajudante dos homens”, afirma Risoneide. 

Foto: Thamires Lima

Foto: Thamires Lima
Foto: Thamires Lima

Mercados territoriais e geração de renda: Os produtos cultivados na horta e no quintal são a principal fonte de renda da família de Vanusa e Ronaldo. No sítio localizado no Assentamento 1º de Maio, no município de Caraúbas (RN), a família produz uma grande variedade de produtos entre alimentos e remédios caseiros que são vendidos na Feira Agroecológica do município. Segundo o estudo realizado com a família de Vanusa, a participação na feira contribuiu para dobrar a renda familiar. Além da Feira, a família já vendeu alimentos para mercados institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). 

Foto: Thamires Lima
Foto: Thamires Lima

Quantidade e diversidade na produção: 

Beneficiamento dos produtos agroecológicos feitos na residência da agricultora Vanusa Vieira. Além das hortaliças, Vanusa cria animais e cultiva frutas e plantas medicinais com as quais produz lambedores, garrafadas, mel de cupim, doces de mamão e gergelim que são comercializados na Feira Agroecológica de Caraúbas. A pesquisa mostrou que, em um ano, a família comercializou 47 produtos diferentes.

Texto: Thamires Lima e Cecília Figueiredo

Essa fotorreportagem é uma publicação da Rede Ater Nordeste de Agroecologia e recebeu financiamento do Fida, Funarbe, UFV, IPPDS e AKSAAM.

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