A importância da Feira Agroecológica e Solidária de Itapipoca/CE para a saúde e a garantia de segurança e soberania alimentar
Organização: Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao
Trabalhador e à Trabalhadora (CETRA)
Reportagem: Amanda Sampaio e Priscila Viana
Fotos: Cacheado Braga / Arquivo Cetra
Um café da manhã quentinho, acompanhado de uma tapioca fresca com galinha caipira, bolo, macaxeira e suco e, de brinde, bons papos para começar bem o dia. Deu até água na boca só de imaginar essa cena que compõe a rotina da Feira Agroecológica e Solidária de Itapipoca, no Ceará. É ali que, todas as quartas-feiras, pessoas de diversas regiões dos Vales do Curu e Aracatiaçu se encontram para fazer a feira da semana, tomar aquele café gostoso e atualizar os assuntos. A feira começa às 6h, mas muitas/os consumidoras/es já chegam antes disso, ansiosas/os pelos produtos.
Itapipoca é conhecido como o município dos três climas – sertão, serra e litoral. Esse é um dos fatores a que se deve a diversidade dos alimentos encontrados na Feira Agroecológica e Solidária e que são produzidos pelas mãos de 20 (vinte) famílias moradoras de diferentes lugares. Fundada em 2005, a feira inspirou outras na própria região, em Fortaleza, no Sertão Central e em Sobral. É a soberania alimentar e a segurança alimentar e nutricional sendo construídas e disseminadas a partir das experiências, e por isso vamos conhecer mais um pouco dessa história em palavras e imagens.
No quintal de Tica e Zé Júlio, podemos encontrar também algumas tecnologias sociais como a cisterna de armazenamento de água e o biodigestor (foto), que permite que a família produza o seu próprio gás de cozinha a partir do esterco animal. As tecnologias sociais são fundamentais para a melhoria da produção no quintal agroecológico e da qualidade de vida, não só do casal, como também da população que compra e se nutre de sua produção agroecológica. “Nada melhor do que consumir um produto que a gente sabe que vai nos fazer muito bem. São alimentos de qualidade, saudáveis e duram bem mais vivos do que aqueles que a gente comprava em supermercado. É isso que mantém a nossa saúde”, destaca Verônica Souza, consumidora assídua da feira.
A labuta começa cedo, seja na lida com a terra, seja na hora de escoar a produção. Toda quarta-feira, Tica e Zé Júlio levam os produtos direto do quintal para a Feira Agroecológica e Solidária de Itapipoca. Além do casal, outras 20 (vinte) famílias agricultoras comercializam seus alimentos e produtos agroecológicos na Praça da Matriz. Realizada há 17 (dezessete) anos, a Feira já virou tradição no local e também se destaca pela força da solidariedade, que, não à toa, compõe o nome da feira. “O que a gente não consegue vender, troca. Se a Dona Hosana traz bananas e não vende todas, eu posso trocar umas tapiocas que também não vendi por algumas bananas delas. Como os feirantes são de lugares diferentes, uns moram na serra, outros na praia, então tem aquela diversidade de produtos”, destaca a agricultora Inácia Patrícia do Nascimento, que mora na comunidade Jenipapo, em Itapipoca e atua na coordenação da feira e na secretaria da Associação das/os Feirantes Agroecológicas/os Solidárias/os do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu.
Essa fotorreportagem é uma publicação da Rede Ater Nordeste de Agroecologia e recebeu financiamento do Fida, Funarbe, UFV, IPPDS e AKSAAM.
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