Seminário “Por um Semiárido Vivo e Agroecológico” aconteceu ontem (15/09) no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Assú, Rio Grande do Norte
As eleições 2022 se aproximam e, com o objetivo de propor aos candidatos e candidatas ao governo do Rio Grande do Norte políticas públicas para convivência com o Semiárido e Agricultura Familiar de base agroecológica, a Articulação do Semiárido – ASA Potiguar, a Rede Ater NE de Agroecologia e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) realizaram o Seminário “Por um Semiárido Vivo e Agroecológico” ontem (15/09) no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Assú, RN.
No Seminário foi apresentada a carta política da ASA Potiguar – Rio Grande do Norte -, uma rede de atuação de agricultores, agricultoras, associações, cooperativas, movimentos sociais, Federações de agricultores/as, Sindicatos, Universidades, instituições de ATER, em que a Diaconia faz parte e que tem atuado com estratégias e ações direcionadas para a proposição, execução e/ou controle social de políticas de convivência com o Semiárido através de debates, reflexões e ações que fortalecem a agroecologia e a convivência com o semiárido.
O documento feito coletivamente teve como objetivo convidar candidatos e candidatas aos Poderes Executivo e Legislativo para que se comprometam com um Projeto de sociedade que inclua em suas propostas, políticas públicas de convivência com o semiárido e suas várias dimensões da segurança, soberania alimentar de base econômica solidária e agroecológica. No evento, cinco candidaturas assinaram a carta se comprometendo com as propostas apresentadas pelas articulações.
No Rio Grande do Norte, a população rural, conforme indica o senso 2010, é de 703.036 pessoas. Vivem no semiárido, 22,22% dessa população, sendo a que mais sofre com a escassez hídrica.
“Essa carta integra as diversas temáticas que precisam ser garantidas. Políticas públicas que garantam um Semiárido Vivo, que garantam segurança alimentar e garanta, também, um Estado que comece a trilhar o rumo à saída do mapa da fome que tem atingido o Semiárido brasileiro e uma massa significativa do Brasil e do Nordeste. Essa ação é uma pactuação coletiva em defesa da agricultura familiar e camponesa por um Rio Grande do Norte sem fome e com promoção de direitos para todas as famílias”, afirma Risoneide Lima, coordenadora dos projetos da Diaconia no RN.
Antônia Araújo, agricultora familiar, líder sindical e de movimentos sociais na comunidade São Geraldo, fala sobre a importância de ter o compromisso político para a efetivação das políticas de agricultura familiar. “As políticas não têm chegado até nós. Precisamos de pessoas comprometidas com a agricultura e com o/a agricultor/a familiar para que possamos ter êxito e tenhamos garantidos os nossos direitos”, afirma.
José Maria Júnior, do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Caraúbas, afirma sobre a importância da união das articulações para o avanço das políticas públicas de agroecologia. “As nossas reivindicações só vão acontecer, na prática, se nós tivermos juntos para pautar lá no poder, seja o Legislativo, seja o Executivo. Nós já perdemos muito. Muitas vezes o capital nos engole. É preciso que a gente aprenda essa lição. Vivemos num espaço de disputa e precisamos vencer o agronegócio, mas só vamos vencer se a gente se unir”, conta.
O Seminário “Por um Semiárido Vivo e Agroecológico” foi realizado pela Rede Ater Nordeste de Agroecologia com a campanha “Democracia e Agroecologia”, pela Articulação do Semiárido (Asa Potiguar) com a campanha “Não Troque Seu Voto” e pela Articulação Nacional de Agroecologica (ANA) com a campanha “Agroecologia nas Eleições”.