Essa assessoria é orientada a fortalecer as capacidades organizativas da agricultura familiar para que grupos formais e informais atuem como protagonistas nos processos de transição agroecológica em seus respectivos territórios. Para tanto, as organizações da Rede ATER-NE apoiam a conformação e o fortalecimento de redes territoriais de inovação agroecológica.

Essas redes são dinamizadas pela ação de agricultores/as experimentadores/as, atores sociais centrais na construção de experiências relacionadas com a transformação dos sistemas alimentares nos territórios. Entre os temas que mobilizam as experiências estão promoção da segurança alimentar e nutricional e construção de mercados territoriais (como feiras, pontos fixos e compras governamentais), proteção e disseminação de sementes crioulas e raças nativas, segurança hídrica, entre outros.

A assessoria é sensível às desigualdades entre homens e mulheres e entre gerações, adotando estratégias metodológicas próprias no sentido de superar este desafio.

As organizações da Rede ATER NE incidem em políticas públicas nos âmbitos municipal, estadual e nacional, como políticas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), apoio à comercialização da agricultura familiar, programas de sementes e de compras públicas de alimentos.

Para qualificar a atuação de cada organização que compõe a Rede ATER NE, um dos objetivos principais da Rede é aprimorar a abordagem técnica-metodológica das assessorias de base agroecológica, visando a construção de políticas públicas.


“Esse é um espaço de formação. Nós nos formamos nos ambientes em que nós estamos. Então esse sentido de rede: não nos isolarmos. Todas as nossas organizações se fortaleceram para construir nos seus territórios. E nós nos fortalecemos de forma pessoal para fortalecer nossas organizações.” Paulo Petersen

Onde estamos


Organizações


A AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia é uma associação de direito civil sem fins lucrativos que, desde 1983, atua para o fortalecimento da agricultura familiar e a promoção do desenvolvimento rural sustentável no Brasil. A experiência acumulada pela entidade ao longo desses anos permitiu comprovar a contribuição do enfoque agroecológico para o enfrentamento dos grandes desafios da sustentabilidade agrícola pelas famílias agricultoras. A AS-PTA participou da constituição e atua em diversas redes da sociedade civil voltadas para a promoção do desenvolvimento rural sustentável. Ao mesmo tempo em que constituem espaços de aprendizado coletivo, essas redes proporcionam ações articuladas de organizações e movimentos da sociedade para influenciar a elaboração, implantação e monitoramento de políticas públicas.

@agroecologiaaspta / aspta.org.br


Desde 1989, o Caatinga atua no território do Sertão do Araripe, em Pernambuco, defendendo o direito à alimentação por meio da agroecologia e convivência com o Semiárido. Sua ação visa o combate à fome e à pobreza, ao promover as capacidades das famílias agricultoras em estruturar seus sistemas de produção de alimentos sem veneno, mais resistentes às mudanças climáticas e que previnem e superam os processos de degradação do solo, que levam à desertificação. O Caatinga atua apoiando as organizações de base a incidir em políticas públicas, exigindo seus direitos.

@caatingaong / caatinga.org.br


O Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos fundada em 11 de junho de 1995 por trabalhadores/as rurais e pessoas que lutavam pela promoção, acesso e posse da terra e aos direitos da mulher e do homem do campo. Quando foi criada, a entidade tinha em Dom José Brandão de Castro (primeiro bispo da Diocese de Propriá) o seu referencial de mística e compromisso em defesa da transformação social, dos valores democráticos e da organização coletiva. O CDJBC tem por missão “contribuir para o fortalecimento das formas de organização e qualificação dos/as trabalhadores/as rurais sergipanos/as na luta pela superação da exclusão social”.

@cdjbcse / cdjbc.org.br


O Cetra nasceu em 1981, no Ceará, a partir de um contexto de luta pela terra. A organização tem como principal objetivo contribuir para o bem viver no campo e na cidade, através da agroecologia e da convivência com o Semiárido. São temas centrais do trabalho do Cetra a agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais. gênero, juventudes, socieconomia solidária, comunicação popular, entre outros.

@cetraceara / cetra.org.br


A Diaconia é uma organização social, de inspiração cristã e sem fins lucrativos, comprometida com a justiça social. Ela está presente em territórios urbanos e semiáridos do Nordeste brasileiro e tem como compromisso maior o serviço para a transformação de vidas. Para isso, estimula o empoderamento das mulheres, homens, jovens e famílias agricultoras e mobiliza comunidades, igrejas e outros grupos sociais para a defesa e a efetivação dos Direitos Humanos. A missão da Diaconia é trabalhar para efetivação de políticas públicas de promoção e defesa de direitos, priorizando populações de baixa renda para a transformação da sociedade.

@diaconiabr / diaconia.org.br


O Esplar é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1974, que atua no semi-árido cearense em defesa da agricultura familiar, da agroecologia e do direito das mulheres. O Esplar existe para apoiar os movimentos sociais na construção de um projeto de desenvolvimento solidário, ecologicamente sustentável e resiliente às mudanças climáticas, com foco na agricultura familiar de base agroecológica, na perspectiva da igualdade de gênero, raça, etnia e geração.

@cpaesplar / esplar.com.br


A Fundação Apaeb surgiu entre os anos de 2007 e 2008, ao assumir as iniciativas sociais da Associação Apaeb. A organização atua no território do Sisal, na Bahia, no desenvolvimento de ações estratégicas direcionadas à inclusão produtiva, práticas agroecológicas e de convivência com o Semiárido, acesso a mercado dos produtos da agricultura familiar e fortalecimento de políticas públicas que melhorem a qualidade de vida das famílias agricultoras. A Fundação também faz a gestão do viveiro de mudas O Caatingueiro, que produz, distribui e comercializa mudas nativas e adaptadas ao Semiárido. Assim, se pretende estimular o processo de recomposição da Caatinga (recaatigamento), a formação de banco de proteínas para alimentação animal e disseminar pés de fruta para enriquecer a dieta das famílias agricultoras da região. Além disso, a entidade também desenvolve iniciativas direcionadas à cultura popular, educação e cidadania.

@fundacaoapaeb / www.fundacaoapaeb.org.br


Em 1990, no território do Sertão de São Francisco, na Bahia, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) foi fundado. Era um tempo de forte estiagem, fome e políticas públicas que não contemplavam as necessidades das famílias agricultoras. Uma das fortes contribuições do Irpaa é na construção de tecnologias para captação e armazenamento da água da chuva e também na promoção de experimentações práticas no âmbito da educação contextualizada; produção, beneficiamento e comercialização dos alimentos saudáveis e de verdade produzidos pelas famílias agricultoras assessoradas pela organização. O Irpaa também promove ações de recaatingamento como uma das medidas de enfrentamento às mudanças climáticas. Na lista dos temas estratégicos, a organização também dá forte contribuição no debate e prática da democratização da comunicação, educação contextualizada, acesso à terra, luta pela água e segurança alimentar e nutricional.

@irpaasemiarido/ irpaa.org


O Movimento de Organizações Comunitárias (MOC), em funcionamento desde 1967, é uma entidade civil, de direito privado, para fins filantrópicos e não econômicos, de caráter beneficente, educacional, voltado para o desenvolvimento da sociedade. A organização prioriza ações no campo da incidência das políticas públicas, participação social, convivência com o Semiárido, agroecologia, relações sociais de gênero, economia solidária, educação do campo contextualizada, soberania e segurança alimentar e nutricional, desenvolvimento sustentável, entre outros.

@moc_movimento / www.moc.org.br


O Patac nasceu em 1970, no período do Regime Militar. Desde o princípio, sua essência é atuar junto às populações destituídas de direitos sociais. Um dos fundadores foi um religioso da Congregação Redentorista Nordestina (CSsR), o Irmão Urbano, que realizou nos primeiros anos um trabalho nas periferias de Campina Grande (PB), proporcionando o acesso desse público a diversas tecnologias sociais que inicialmente serviram para a construção de casas para quem migrava do campo para a cidade.  Com o passar dos anos, o Patac passou a atuar na zona rural, com famílias agricultoras de várias regiões da Paraíba, prestando assessoria na implantação de tecnologias sociais,  na auto-organização comunitária e na produção de alimentos com base na agroecologia para garantir a segurança e soberania alimentar dessas famílias. Hoje em dia, atua nos territórios paraibanos do Cariri, Seridó e Curimataú, em parceria com o Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar. 

@patacagroecologia / patacparaiba.blogspot.com


O Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá é uma ONG com sede no Recife (PE), fundada em 1993, que trabalha a promoção da agricultura familiar dentro dos princípios da agroecologia. A missão do Sabiá expressa o desafio de interagir com os diversos setores da sociedade civil, desenvolvendo ações inovadoras junto às crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar. A ação do Sabiá visa influencia a sociedade para que a mesma viva em harmonia com a natureza, construindo um modelo de desenvolvimento rural sustentável.

@centro_sabia / centrosabia.org.br


Fundado em 1989, o Sasop tem seu trabalho voltado para o fortalecimento da agricultura familiar agroecológica, promovendo o protagonismo e a conquista da cidadania de agricultores/as, pescadores/as artesanais, comunidades tradicionais e suas organizações. A organização atua por meio de dois Programas de Desenvolvimento localizados nos território do Sertão do São Francisco (BA) e no Baixo Sul da Bahia. A sede está localizada na capital baiana, Salvador.

@SASOP / sasop.org.br

Anos 1990

Neste período, a rede PTA (Projeto de Tecnologias Alternativas) já refletia sobre metodologias para o serviço de assistência técnica rural. Como várias organizações da Rede PTA formaram a ATER NE, elas já trouxeram em si a sensibilidade para elaborar metodologias adequadas para o envolvimento das famílias agricultoras na construção do conhecimento agroecológico.

2003

Criação da Rede ATER

Neste tempo, o Estado brasileiro reconhecia o papel das redes de organizações da sociedade civil como um espaço para construção da assistência técnica rural e para formações que qualificassem esse serviço.

2004/2010 

Nesse período, se instaurou a Política Nacional de ATER e o Programa Nacional de ATER. tendo a Rede ATER forte incidência na construção destes marcos legais.

A partir destas experiências, a capacidade de incidência política na Rede ATER se amplia a partir da sua leitura de contexto e do diálogo com o governo federal. E a rede desempenha um papel fundamental no debate sobre as chamadas públicas, trazendo críticas sobre o enfoque em cadeias produtivas, mas também trabalhando muito nas questões metodológicas.

Publicação do jornal “Gente da Terra” com sistematizações das experiências de ATER das organizações da Rede ATER NE

2006: Experiências da Rede ATER NE na construção do conhecimento agroecológico foram referências importantes no 2º ENA (Encontro Nacional de Agroecologia) realizado no Recife, Pernambuco.

2007: publicação de livro sobre a construção do conhecimento agroecológico, com artigo de Marcelo Galassi, Luciano Silveira e Chico Nogueira sobre a trajetória da Rede ATER NE e outras experiências.  

Época dos encontros de formação dentro da Rede, nos quais todas as organizações traziam estudos dos territórios e ações agroecológicas, promovendo uma experimentação metodológica.

A Rede ATER ofereceu apoio na construção das metodologias e dos processos coletivos nos estados de atuação das organizações, sempre com a perspectiva da formação agroecológica e da convivência com o Semiárido.

2010/2016

Em 2013, no bojo de um processo descentralizado de sistematização de experiências do campo agroecológico, apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, a Rede ATER-NE implementou um projeto para avaliar efeitos das trajetórias de inovação agroecológica nos territórios de atuação de suas organizações membro. Com esse projeto, assumiu para si o desafio de atuar, de forma sistemática, no aprimoramento de suas capacidades institucionais no campo de monitoramento e avaliação dos efeitos de políticas e programas de desenvolvimento rural orientados pela perspectiva agroecológica.

Em 2014, a sistematização do projeto realizado em 2013 integrou a publicação Políticas públicas e transição agroecológica no Brasil. O lançamento aconteceu no III Encontro Nacional de Agroecologia, ocorrido em Juazeiro, Bahia. 

Faça o download da publicação [link]

A partir de dois espaços de participação social – no CNAPO (Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica), instituído a partir da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), e no Condraf (Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável) – a Rede ATER contribuiu ativamente no desenho da chamada ATER Agroecologia. 

Criação da ATER Agroecologia, que surgiu no contexto da PNAPO.

Uma conquista da ATER Agroecologia foi o estabelecimento de um percentual mínimo de participação de mulheres (50%) e jovens (30%) nas ações da chamada pública. Outra conquista foi ter um edital mais flexível que possibilitou a construção de conhecimentos e a implementação de inovações junto às famílias.

“A partir de 2010, o IRPAA começou a executar chamadas de ATER com recurso nacional. No processo formativo, compartilhamos muito da experiência da Rede ATER Nordeste, apesar de ainda não sermos membros da rede.”

“Quando a APAEB começou a executar o projeto de ATER e fomento produtivo do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), procurávamos respostas para algumas dúvidas, mas elas não vinham. Foi aí que a Rede ATER Nordeste entrou, trazendo respostas às nossas questões. A rede foi nossa ponte, aproximando a instituição do Estado e do ministério.”

“A ATER Agroecologia influenciou a construção de uma chamada na Bahia que traz o nome de sustentabilidade e não de agroecologia. Mas foi essa chamada que subsidiou a construção da chamada Agroecológica no estado em 2018. É mais um exemplo de como a ação de incidência política nacional impacta nas políticas estaduais”.

2016/2019

Fortalecimento da comunicação para visibilidade, com criação da identidade visual da rede e desenvolvimento de processos de formação virtual dos comunicadores das instituições que formam a rede.

Novos projetos que oferecem assistência técnica às famílias rurais – o Programa Uma Terra e Duas Águas com recursos para fomento e o Quintais Produtivos – aplicam o Método Lume, metodologia que vinha sendo experimentada e aprimorada pela Rede ATER nos seus processos de formação.

2020/2022

Por conta da pandemia, os encontros presenciais foram suspensos e as atividades seguiram de forma virtual. A manutenção delas fortaleceu as relações da rede, não só entre as instituições, mas também dentro das comunidades.

Participação ativa da rede e das organizações no processo eleitoral do país, com o objetivo de assegurar compromissos dos/as candidatos/as com as pautas defendidas pela Rede. Uma das ações foi o Projeto Democracia e Agroecologia, que dialogou com as campanhas Agroecologia nas Eleições, da ANA, e Não troque seu voto, da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro).

Na Bahia, onde a rede ATER tem 4 organizações – Irpaa, Sasop, MOC e Fundação APAEB – houve a aprovação da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica e execução da chamada de ATER promovida pelo governo estadual.

Produção de materiais direcionados para as famílias agricultoras, como um podcast sobre o impacto da pandemia na vida delas.

2023/2024

Período de retomada das políticas públicas direcionadas para a agricultura familiar, combate à fome e à pobreza e do reestabelecimento dos espaços de participação social, como os  conselhos.  

A comunicação tem se tornado mais estratégica no campo da incidência política e advocacy, ao trazer mensagens mais incisivas direcionadas ao governo, famílias e sociedade, a partir de parcerias com veículos da mídia independente.

Internamente, a Rede tem realizado discussões sobre a importância da comunicação, reforçando seu papel fundamental no fortalecimento da articulação e na estratégia de incidência política.

A Rede se perguntou como pode apoiar as comunidades para que elas contem suas próprias histórias, com isso, as comunidades assumem o protagonismo também ao narrar a sua trajetória, conquistas e desafios.

A Rede tem envolvido os/as comunicadores/as nos processos formativos realizados.

Elaboração de estudos de caso sobre as comunidades rurais foi oportunidade para os/as assessores/as compreenderem como elas estão enfrentando as mudanças climáticas. Um dos aprendizados é que as soluções não são isoladas. Surgem da coletividade.

O método Lume, estudado e aperfeiçoado constantemente pela rede Ater NE, tem sido fundamental para tirar a juventude rural da invisibilidade nas atividades familiares, compreendendo a trajetória dos/as jovens no agroecossistema familiar e na comunidade.

A partir da experimentação do Lume Comunitário, o papel das mulheres na comunidade foi bastante evidenciado.

“Os seminários do Lume ampliam nossa visão e essa mudança promoveu mudanças significativas, tanto nas equipes técnicas quanto nas famílias que assessoramos.”

Momento em que a rede se fortalece, fortalece as organizações integrantes, irradiando para as demais articulações que a rede ATER se relaciona.

Os representantes das organizações na Rede se reconhecem como sujeitos políticos ativos na construção coletiva.

A Rede ATER Nordeste volta a fazer parte do Condraf e CNAPO, importantes espaços de participação social no campo da segurança alimentar e nutricional, agricultura familiar de base agroecológica, assistência técnica e extensão rural, entre outros.

Participação ativa na construção do projeto Baraúnas dos Sertões com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Universidade Federal Rural de Pernambuco e redes de mulheres e agroecologia. A iniciativa se apresenta como um espaço formativo das equipes das organizações em ATER.

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